19 de maio de 2013

The Vaccines em São Paulo | Crítica

*Matéria originalmente publicada no Omelete.com.br no dia 19 de maio de 2013

O Vaccines  provou que fazer um show no dia da Virada Cultural em São Paulo seria uma boa ideia. Os ingleses fizeram com que a pista do Grand Metrópole ficasse lotada, em uma apresentação boa em todos os quesitos - desde o som, que estava perfeitamente regulado, passando pelo público que respondia a cada hit tocado e pela atmosfera do lugar.

A noite começou com a abertura da banda Inky, composta por jovens que misturam música eletrônica com rock de uma forma muito madura. Lembra bastante o The XX, mas é bem mais dançante – vale a pena conhecer.



Enquanto o palco era montado entre o show que abriu a noite e a atração principal, não tem como não reparar na imponência do Grand Metropole. A pista não é muito grande mas há uma grande área para camarotes que ficam disponíveis para o público, sem contar os grandes lustres que dão um charme antigo para o lugar. O staff é bem atencioso e a localização é ótima, uma boa opção para shows de pequeno porte.

Alguns minutos depois das 11 da noite, as luzes se apagaram e a atração principal subiu ao palco. Uma demonstração calorosa do público seguido de um grande coral lembraram os Vaccines de como é fazer shows no Brasil: "Esse é o país que mais gostamos tocar! Obrigado por serem sempre incríveis", exclamou Justin Young, vocalista da banda.

"No Hope" foi a primeira a ser executada. Esta é uma canção que mostra bem o estilo dos Vaccines, aquele rockzinho gostoso de dançar, com influências do punk-rock britânico. Esta é a canção de abertura do disco mais recente, Come of Age, lançado em 2012.



A seguir, "Wrekin' Bar" manteve o público dançando, com uma energética performance do lead singer Justin Young, que foi para a galera e fez a alegria dos fãs que ficaram próximos a grade que separava a pista do palco. O show continuou animado com "Ghost Town" e "I Always Knew", cada vez com mais demonstrações de carinho entre a banda e a plateia. No hit "Post Break-up sex", um momento de respiro. Esta foi uma das músicas que alavancaram a banda, levando-os até a quarta posição das paradas musicais no Reino Unido.

Quem estava de olho na atuação da banda era Leo Ganem, CEO da Geo Eventos, que organiza o Lollapalooza Brasil, além de vários outros espetáculos. Vale lembrar que os Vaccines foram atrações de grandes festivais nos últimos anos, como o Reading & Leeds Festival, T in the Park e Isle of Wight. O delírio com o público veio com o "If you Wanna", música de maior sucesso dos ingleses e que frequentemente é tocada nas boates com música alternativa/indie da capital paulista.

"Family Friend" encerrou a primeira parte do show com aplausos incessantes de todo Grand Metropole. Alguns minutos de descanso e o bis, com as ótimas "Wierdo", "Teenage Icon" (uma das melhores do show, daquelas com refrão grudento e gostoso) e "Norgaard".

Após cerca de uma hora e meia de apresentação, os jovens ingleses se despediram dos brasileiros com um "até a próxima", que não deve demorar, tamanha satisfação dos músicos com o show.
A vinda dos Vaccines ao país se deu pelo Club NME Brasil, plataforma de shows da NME que trouxe Paul Banks, vocalista do Interpol, para um show no Cine Joia recentemente - veja a nossa cobertura.

5 de maio de 2013

Paul McCartney em Belo Horizonte | Crítica

*Matéria originalmente publicada no Omelete.com.br no dia 05 de maio de 2013


O que esperar do show de Paul McCartney? Esse era o questionamento constante nas longas filas do Mineirão, em Belo Horizonte, que  foi palco da estreia da nova turnê do ex-Beatle, Out There. Os fãs queriam novidades, afinal, esta é a quarta vez que o cantor está no país desde 2010. E mesmo nesse curto espaço de tempo, McCartney consegue se reinventar e comprovar o porquê de ser um dos grandes nomes da música mundial.

O repertório das três horas mudou muito em relação aos anteriores – os clássicos seguem na lista, mas é possível ver muitas surpresas, como "Lovely Rita", "Your Mother Should Know" e "Being for the Benefit of Mr. Kite!" dos Beatles e "Listen to what the man said" e "Hi, Hi, Hi" dos Wings. "My Valentine", de Kisses on the Bottom, também foi tocada. O palco é outra novidade da turnê; em "Blackbird", uma plataforma eleva Paul e o deixa em destaque durante toda a execução da música.

As sete décadas de idade não parecem ser um problema para o cantor. Correndo de um lado para o outro entre as músicas, ele mostrou uma disposiçāo de dar inveja; além de, como sempre, se esforçar para falar português. As frases mais aplaudidas foram "ô trem bom, sô" e "eu vim falar uai", expressões típicas do povo mineiro.

Uma campanha em redes sociais chamada "Paul, vem falar uai" ganhou muita força, e segundo o cantor, foi um dos motivos pela escolha da passagem por Belo Horizonte. Ele chamou as criadoras da campanha no palco e pediu aplausos depois de dar autógrafos, abraçar e agradecer a todas elas.

Algumas que eram executadas nas outras turnês voltam em Out There, tais como "All my loving", "Paperback writer", "Long and winding road", "Back in USSR", "Day Tripper", "Obladi Oblada", "Lady Madonna", "Something" "Yesterday", "Let it be", "Hey Jude" e "Live and Let Die". Paul tocou também "Something", uma homenagem a George Harrison, guitarrista do quarteto de Liverpool, que morreu em 2001.

"Hey Jude" pode ser a música mais batida de seu repertório, mas sempre emociona. Um estádio inteiro cantando uma canção é muito bonito e Paul é mestre em reger multidões. O mesmo aconteceu com "Let It Be", quando o Mineirão brilhou com as luzes dos telefones celulares do público.

Um pouco depois, em "Band on the run" uma falha no sistema de áudio deixou a platéia sem nenhum som durante cerca de 30 segundos. A banda continuou tocando e o problema foi normalizado rapidamente. Nos últimos minutos da apresentação Paul McCartney foi a loucura quando todos na pista levantaram cartazes com os dizeres "Thank you", que tinham sido distribuídos na entrada. Após duas horas e meia de show e mais de 30 canções executadas, o Beatle fechou a noite no segundo bis com "The End".

Paul McCartney não poderia ter escolhido lugar melhor para a estreia da turnê "Out There". O Brasil é praticamente sua segunda casa. O show no Mineirão foi um bom começo de turnê, mostrando que, ainda existe muito gás para encantar plateias em todo mundo.

28 de abril de 2013

Bankrupt! - Phoenix | Crítica

*Matéria originalmente publicada no Omelete.com.br no dia 28 de abril de 2013


Se existe uma banda que está em alta neste ano, esta é o Phoenix. Depois de um ano sem shows, o grupo voltou de forma apoteótica como principal atração do Coachella  e agora lança Bankrupt!, seu quinto álbum de estúdio.

Phoenix é conhecido por misturar um rock com elementos genuinamente eletrônicos, como sintetizadores e samples. Essa é uma herança dos tempos em que o guitarrista Laurent Brancowitz  participou da Darlin, banda que daria origem ao Daft Punk - saiba mais sobre a história deles no nosso especial.

Essas características nunca estiveram tão presentes na sonoridade como em Bankrupt!. Os sintetizadores são tocados para a criação de camadas de sons que vão tomando corpo no decorrer das músicas. A maioria dos riffs também são feitos em instrumentos eletrônicos como em "Entertainment", primeiro single do disco. As primeiras notas remetem à uma influência oriental, com riff pegajoso e um bom ritmo, ideal para abrir um show. "Entertainment" é, sem dúvidas, o hit do álbum e tem grande potencial para uma boa resposta do público como foi com "Lisztomania", do álbum Wolfgang Amadeus, de 2009.

O álbum segue com "The Real Thing" e "SOS in Bel Air", duas canções um pouco mais calmas, com letras mais trabalhadas. Os elementos orientais aparecem, desta vez, nos teclados. É notável também substituição da guitarra e do baixo pelos sintetizadores em diversas faixas. Brancowitz e o baixista Deck trabalham muito bem com esses elementos, que ao mesmo tempo encorpam e deixam o som mais delicado - ouve-se cada nota muito bem.

"Trying to be Cool" é uma dos melhores trabalhos de Bankrupt!. Dançante, com bom refrão, de fácil memorização e com grandes chances de ser o próximo single do Phoenix. A faixa-título é longa e praticamente composto por instrumentais que eles sempre lançam; trabalhando ao máximo esse conceito de camadas de sons em loop, marca registrada dos caras. Foi assim com "North", no álbum It’s Never Been Like That, e com "Love Like a Sunset", no Wolfgang Amadeus. No Coachella, inclusive, eles fizeram um belo mashup de "Love Like a Sunset" e "Bankrupt", chamado de Sunskrupt.

Talvez a grande preocupação ao ouvir este disco é a complexidade dos instrumentos gravados e no que será a execução ao vivo. Por vezes, eles tocam com três teclados simultâneos, guitarra e bateria, em conjunto com alguns playbacks de coros ao fundo - tudo executado com maestria. As faixas "Drakkar Noir" e "Chloroform" se fundem de uma forma muito harmoniosa. A primeira parte tem uma batida mais acelerada. Os segundos depois do primeiro refrão mostram um dos melhores trechos do disco, que é repetido posteriormente na fusão das músicas. "Chloroform" é um pouco mais sombria e lenta. A canção seguinte é "Don’t", que posssui um riff semelhantes Às trilhas de games do início dos anos 90.

"Bourgeois" é mais uma música lenta, que começa com um loop de teclado crescente e ganha forma com a entrada da bateria. Uma pausa repentina e a entrada da voz de Thomas Mars bem serena, acompanhada de um violão. A bateria volta a marcar o ritmo na ponte e o clima da música vai sendo criado para o refrão. A construção conceitual dá grandeza a está que é a melhor faixa de todo o álbum.

Bankrupt! é encerrado com "Oblique City", uma daquelas canções que não são maravilhosas, mas definem bem o conceito de todo o trabalho. Muitos elementos eletrônicos e sintetizadores misturados com instrumentos “analógicos”, boas linhas vocais e sonoridade clara e bem definida. Os dois anos fechados nos estúdios valeram a pena - este álbum é um atestado que o Phoenix é das grandes bandas da atual cena musical.

22 de abril de 2013

Especial | Coachella 2013 - Terceiro Dia


A organização do Coachella  não poderia ter feito uma escolha melhor para fechar o festival que acontece todos os anos na Califórnia, no mês de abril, durante dois finais de semana seguidos. O Red Hot Chili Peppers  é uma banda local e a identificação com o público torna o show mais empolgante ainda. São músicos com experiência. Chad Smith, Flea e Anthony Kieds tocam juntos há trinta anos – o suficiente para entrar no modo automático e apresentarem um show sem falhas.



Mas o incrível é que eles ainda fazem tudo com muito amor, dando o sangue em cada música. Eles ainda se animam muito em Give it Away, Chad continua tocando bateria com uma pegada invejável para quem tem 50 anos de idade, Anthony segue impressionando em Suck My Kiss e Flea ainda faz um show a parte, com um carisma inacreditável. Outra coisa: é impressionante como a plateia inteira canta praticamente todas as músicas. Um hit atrás do outro. Dá pra sentir saudades de John Frusciante, que deixou as guitarras da banda há alguns anos e foi substituído por Josh Klinghoffer. Ele é bom segura a onda, mas não tem a pegada de Frusciante.

De todos os dias do festival, esse foi o que a pista esteve mais cheio. Além do RHCP, o Main Stage abrigou os shows de Nick Cave and the Bad Seeds, Vampire Weekend, The Lumineers, Gasligth Anthem e Social Distortion.



Os Lumineers fizeram um bom show, mas não chegaram a animar a plateia, diferentemente do Tame Impala, uma das bandas mais comentadas do momento. Eles atraíram muita gente para o Outdoor Stage e mostraram um rock cheio de influências country e do blues. Uma boa dica para quem não conhece. O Vampire Weekend  veio para o Coachella 2013 para provar que tem capacidade de tocar no palco principal de um dos maiores festivais do mundo – e se saíram muito bem. Os hits "Oxford Comma" e "A-Punk" foram o ponto alto da apresentação de uma hora. A plateia estava muito feliz e o show aconteceu logo depois do pôr-do-sol, para delírio de todos que sofreram com o calor dos três dias de festival - média de 36ºC.

É preciso beber água o tempo inteiro, o Coachella acontece no meio do deserto, com clima muito seco, poeira e sol de rachar. Para amenizar, a organização mantém o preço da garrafa de água o mesmo desde a primeira edição do festival: $2. Além disso, disponibilizam bebedouros em alguns lugares mais afastados, para quem quer matar a sede e se refrescar. A única coisa realmente gelada que dá pra beber é uma raspadinha de limão bem gostosa, que custa $4. De resto, tudo fica quente muito rápido e não refresca.

Outra coisa legal que tem no Coachella é uma loja de CDs e vinis bem completa. Após a compra, os funcionários guardam e no fim do dia você assa e leva seu produto para casa. De quebra, pode acabar conhecendo seu ídolo, já que em horários marcados, eles dão autógrafos - as filas são enormes, mas vale a pena.



A impressão que fica é que o Coachella é um organismo que sobrevive sozinho. Tudo funciona muito bem e em perfeita harmonia. Há alguns dias anunciaram que os organizadores já fecharam o aluguel do espaço por mais dez anos - ou seja, ainda tem muito festival pela frente.

*Julião Pacheco é jornalista, escreve para o Blog do Julião e fala tudo sobre o Coachella em seu Twitter @juliaopacheco

21 de abril de 2013

Especial | Coachella 2013 - Segundo dia

*Matéria originalmente publicada no Omelete.com.br no dia 21 de abril de 2013

Mais calor, mais suor, mais água e menos roupa. Foi assim que começou o segundo dia do último final de semana do Coachella 2013, em Índio, na Califórnia. O destaque musical foram os franceses do Phoenix, uma das grandes apostas do evento. Eles fecharam o dia de apresentações no palco principal com a pista lotada, diferente do que aconteceu com os headliners (Stone Roses e Blur) no dia anterior.



Aposta porquê, até então, o quarteto era considerado uma banda de porte médio, que normalmente tocaria na parte da tarde. Além disso, eles estão lançando disco agora e são poucas as pessoas que conhecem as novas canções. Opção bem sucedida da organização. Eles subiram ao palco para tocar a música de trabalho "Entertainment", que apesar de ser recente, já está na boca do público. A iluminação do palco impressiona, com muitas cores. O show seguiu com um combo de hits: Lasso, Lisztomania, Long Distance to Call e Fences, todas muito bem executadas. Ainda teve "The Real Thing", que estará no álbum com lançamento previsto para esta segunda, 22 de abril, Bankrupt!.

O Phoenix gosta de fazer músicas conceituais. No álbum Wolfgang Amadeus, eles lançaram Love Like a Sunset, que mistura muitas camadas de sintetizadores e batidas eletrônicas. No Coachella, eles fizeram um mix entre ela e a faixa Bankrupt!, que segue a mesma linha - boa combinação.



Um pouco antes, no mesmo palco, os ingleses do The XX mostraram o porque de serem uma das bandas mais aclamadas pela crítica internacional nos últimos anos. Eles tocaram por pouco mais de 50 minutos, apresentando novas músicas que devem fazer parte de seu terceiro disco. O público delirou na conhecida "Basic Spaces". 

Ao mesmo tempo, acontecia o show do Two Door Cinema Club e do Franz Ferdinand, em palcos diferentes. Muita gente reclamou, dizendo que bandas tão conhecidas não podem conflitar em um lineup. A verdade é o Coachella é gigantesco. São dois grandes palcos que ficam lado a lado, tocando simultaneamente e outros três espaços de apresentações um pouco menores, mas mesmo assim, com uma capacidade considerável. Fora as duas tendas de música eletrônica e um outro palco alternativo. Fica praticamente impossível assistir tudo, já que as distancias são longas e tem muita gente boa tocando.

Mas com tantos palcos, o som não fica embolado? Não. Apesar de todos os palcos estarem lado a lado, o som não vaza e não atrapalha ninguém. A qualidade de som é incrível. Não esteve baixo em nenhum momento, tudo muito limpo e claro. Aliás, muita coisa funciona. É possível encher sua garrafa de água de graça em pontos específicos do festival, não tem fila para comida e pouca fila para o banheiro. Outra coisa que chama a atenção é a presença da Polícia da Califórnia dentro da área de shows, se certificando que tudo está correndo bem.



Voltando aos shows, outro bom momento do sábado foi o Major Lazer, que se apresentou recentemente no Lollapalooza Brasil. Com uma música eletrônica muito dançante, eles incendiaram o palco Mojave. Um dos shows mais animados de todos os realizados. O Hot Chip arrastou um bom público para o Main Stage e apresentou um empolgado set list. A banda tem músicas bem complexas, com muitos elementos diferentes tocados em sintetizadores (são quatro pessoas tocando ao mesmo tempo). Tudo muito bonito.

O último dia do Coachella acontece nesse domingo com apresentações de Red Hot Chilli Peppers, Vampire Weekend, Nick Cave and the Bad Seeds, Tame Impala, The Lumineers, e Gaslight Anthem.

*Julião Pacheco é jornalista, escreve para o Blog do Julião e fala tudo sobre o Coachella em seu Twitter @juliaopacheco

20 de abril de 2013

Especial | Coachella 2013 - Primeiro dia do segundo fim de semana


O sol brilhou na cidade de Indio (CA) para o início do segundo fim de semana do Coachella 2013. Mesmo com uma média de 33o durante o dia, o público permaneceu animado para um dos principais eventos musicais do ano, que contou com apresentações do Blur, Yeah Yeah, Yeahs e Of Monsters and Men.

Os portões foram abertos as 11h da manhã da sexta-feira, permitindo que milhares de pessoas eufóricas corressem pelos campos do Empire Polo Club – ninguém avançava para pegar um lugar na grade, perto do palco, mas corriam pela simples alegria de estar no festival.



Um dos primeiros shows com um público considerável foi o do The Neighbouhood. Uma curiosidade: foi a própria banda que montou o palco, ligando os equipamentos e fazendo os testes com instrumentos e microfones. Após tudo certo, saíram rapidamente das vistas da plateia e logo retornaram, na companhia do vocalista Phillip Rice, que é muito carismático. A apresentação foi no Outdoor Theater, um palco menor, localizado ao lado do Main Stage, que recebe as atrações principais.

O som da banda é bom, um indie rock um pouco mais pesado com vocais bem legais, vale a pena pesquisar. A seguir, outro que animou a multidão foi Beardy Man. Ele é uma espécie de DJ, que montou um equipamento próprio, com um computador, alguns iPads e um teclado, misturando efeitos com sua voz e diversas batidas eletrônicas. Nenhuma música conhecida, mas ele sabia levantar o ânimo do público, que começava a sofre com o calor. Foi aí que passaram a soltar vapor de água em diferentes pontos do festival, fazendo a festa de todos. Uma tenda promocional com DJs desconhecidos chegava a ficar mais cheia que alguns palcos, tudo por causa da sombra e do vapor.



Caminhando de um palco a outro, viam-se figuras que tornam o Coachella um dos locais que lança tendências para o futuro. Muita gente jovem com roupas que, provavelmente, serão moda nos próximos anos.

Três bandas que se apresentaram no Lollapalooza Brasil fizeram parte do line-up do festival na sexta. O Passion Pit subiu ao palco principal do Coachella por volta das 18h. Abrindo os trabalhos com a consagrada "Carried Away", levou o público ao delírio com o carisma do vocalista Michael Angelakos. Com músicas dançantes, fizeram todos se mexer em pleno pôr-do-sol. O mesmo aconteceu com o Of Monsters and Men. O conjunto da Islândia apresenta uma sonoridade que combina com o clima de Indio, os integrantes mostram presença de espírito e lançam sorrisos a cada reação mais acalorada dos espectadores.

No fim da noite, o Foals tocou no palco Gobi, em uma apresentação avassaladora. Todos os resquícios de cansaço sumiram quando a grupo esbanjou carisma e levantou o público de uma maneira impressionanto, tal qual vimos no Lolla Brasil. Boa parte deste cansaço vinha também do show anterior, o do Stone Roses, um dos headliners da noite. Tecnicamente foi bom, com som bem regulado e com a banda entrosada, mas não suficiente para animar o festival. Os ingleses tocaram para uma pista bem vazia. Quem quissesse chegava facilmente perto do palco. Talvez por isso os veteranos desanimaram e não fizeram uma boa apresentação.

Blur, Yeah Yeah Yeahs e Skrillex - O Coachella apostou em uma noite de headliners ingleses, contando com o Blur para fechar o dia - na semana anterior, quem finalizou as apresentações foi o Stone Roses. Aparentemente, a mudança na ordem de apresentação foi uma opção certa, já que a pista estava bem mais cheia.



Conhecidos por shows intensos e com grande participação da plateia, o Blur fez uma apresentação melhor que na semana anterior, com mais animação por parte dos integrantes e contrapartida positiva dos espectadores. Eles abriram a noite com um dos clássicos, "Boys and Girls", cantada de cabo a rabo pelas quase 80 mil pessoas presentes. Não foi um show comparável a aquele no Hyde Park que virou um DVD posteriormente, mas foi bonito.

O Yeah Yeah Yeahs fez o melhor show da noite, superior, na verdade, a qualquer headliner do Coachella. Eles foram escalados para tocar no fim da tarde, com um show de 50 minutos sem nenhum lugar vazio plateia, animado e sem perder o ritmo um segundo sequer.

O consagrado DJ e produtor Skrillex apresentou seu trabalho paralelo intitulado Dog Blood na tenda Sahara, que estava absolutamente lotada. O Coachella é um festival democrático, com atrações para todo tipo de público. Dos rockeiros aos rappers, passando pelo eletrônico.



O segundo dia de festival acontece nesse sábado, com o Phoenix fechando a noite. Essa é uma grande aposta do Coachella, já que a banda era considerada de porte médio até então. Outros shows aguardados: The XX, Sigur Rós, New Order, Two Door Cinema Club, Franz Ferdinand, Moby, Hot Chip, Grizzly Bear e Major Lazer.

*Julião Pacheco é jornalista, escreve para o Blog do Julião e fala tudo sobre o Coachella em seu Twitter @juliaopacheco

19 de abril de 2013

Especial | Coachella 2013 - Dicas e como funciona

*Matéria originalmente publicada no Omelete.com.br no dia 19 de abril de 2013

A Califórnia está eufórica. Os dias entre os dois finais de semana do Coachella 2013  são fantásticos. É o assunto mais importante em todas TVs e estações de rádio. Restaurantes e bares ficam lotados de pessoas que já viram os três primeiros dias de festival e compartilham suas histórias com os que vão para a segunda rodada de shows. Apresentações paralelas acontecem pelas cidades do estado, principalmente em Los Angeles, com as bandas do line-up desse que é um dos maiores eventos musicais do mundo.


A verdade é que a maioria dos espectadores passa grande parte do ano esperando por esses três dias no meio do deserto localizado no Coachella Valley. Isso porque a pré-venda de ingressos, por exemplo, começa logo após as apresentações - muita gente compra ingresso com um ano de antecedência, mesmo sem saber as bandas que vão tocar. A segunda leva de vendas começa em meados de fevereiro. Esse ano, em algumas horas, os 160 mil ingressos (80 mil para cada fim de semana) se esgotaram. Ou seja, não dá pra decidir em cima da hora se quer ou não assistir. Estes custam cerca de $260, cerca de R$ 600, para os três dias.

Após a decisão de ir ao Coachella e de resolver a compra dos ingressos, deve-se prestar bastante atenção na escolha da hospedagem. As cidades em volta do festival comportam a demanda de turistas, mas os hotéis com melhor custo benefício podem ficar lotados em pouquíssimo tempo. Uma alternativa pode ser acampar no festival, em barracas, em um camping tradicional, ou no que eles chamam de car camping, onde é possível estacionar o carro e dormir nele - ainda sobra espaço para levantar uma barraca ao lado. Essas duas opções podem ser compradas com os ingressos e facilita a vida de muita gente que não quer se locomover para uma cidade vizinha após os shows.



As passagens aéreas costumam ter um preço acessível já que não é temporada de férias, mas quanto antes fizer a compra, melhor. Índio está a duas horas e meia de carro de Los Angeles. Muita gente aluga carros e dirige nas ótimas estradas Californianas até lá. O passeio é bonito, com belas paisagens e um outlet no meio do caminho - boa opção para quem gosta de fazer compras. Para quem não dirige, a organização disponibiliza linhas de ônibus que saem de pontos estratégicos do estado.

Na terra do Coachella - Chegando perto dos campos do Empire Polo Club, casa do Coachella, a ansiedade aumenta – jovens abarrotados em carros coloridos e pintados com a temática do festival, muitos caras com regatas e óculos com lentes espelhadas, meninas de shortinhos e blusas coloridas, muita alegria e vontade de fazer amizade. Alguns contam que estão ali só por causa das atrações voltadas ao rock, outras para as músicas eletrônicas. O festival é democrático, há todo tipo de música e atrai um público que se respeita.

Algumas filas para estacionar o carro e para a revista de segurança nos mostram que nem mesmo um evento desse porte consegue resolver o problema da espera - não se distanciando dos eventos brasileiro, como o Lollapalooza. Ao chegar na checagem por itens proibidos dá para entender o porquê da demora. Eles são minuciosos, olham cada mala nos carros a procura de drogas, garrafas de vidro e outras coisas consideradas não adequadas. Tinha gente com quantidades exorbitantes de bebida alcoólica, por exemplo, provavelmente com a intenção de vender para os acampados.

A organização também é de dar inveja, com muita gente trabalhando para fazer tudo dar certo. Nada de filas para pegar os ingressos (que na verdade são pulseiras feitas de tecido) na bilheteria. Inclusive, conversando com uma das pessoas que organiza a entrada no evento, descobri que eles trabalharam no Lollapalooza Brasil e Chile. Tem muita segurança e bastante gente orientando o público em inglês e espanhol. Não tem como ficar perdido. Também há banheiro químico, todos bem limpos, para quem espera nas filas para entrar no local dos shows.

As primeiras impressões são diferentes do convencional: parece que é pôr-do-sol o dia inteiro no Coachella. As cores do festival, a forma como as pessoas estão admirando a paisagem, as roupas meio hippies. É tudo muito bonito, diferente de qualquer outro lugar do mundo.

O primeiro dia do Coachella conta com os ingleses do Blur e do Stone Roses como headliners, além de shows de Foals, Yeah Yeah Yeahs, Jurassic 5, Tegan and Sara, Of Monsters and Men, Passion Pit, Modest Mouse, Band of Horses e outros.

O primeiro fim de semana de festival foi transmitido ao vivo no youtube e tem muita coisa por lá. Para assistir é só acessar canal oficial do festival no YouTube. Nos próximos dias continuaremos a cobertura com fotos e textos dos shows e do festival em si.



*Julião Pacheco é jornalista, escreve para o Blog do Julião e fala tudo sobre o Coachella em seu Twitter @juliaopacheco

28 de março de 2013

Devendra Banhart, prazer

*Matéria originalmente publicada no anaunplugged.com no dia 28 de março de 2013


Hoje venho apresentar mais um músico fenomenal que conheci nos últimos anos, o Devendra Banhart.
Esse americano me conquistou com sua música alegre e muito dançante, as vezes bem despretensioso e relaxado. Não entendeu? Então assiste esse vídeo aqui embaixo, onde ele apresenta a música “Carmensita” no Coachella de 2009. Olha o clima das pessoas e o show que ele dá.


Alguns de vocês devem ter reparado (ou não) em um rosto conhecido nas guitarras da banda do Devendra. Pois bem, Rodrigo Amarante, guitarrista e vocalista dos Los Hermanos acompanha Banhart em suas turnês, além de auxiliar na composição e em gravações. Eles também se ajudaram na banda Little Joy e no Megapuss. Segundo uma entrevista pra Rolling Stone Brasil, todos passam pelo país em turnê ainda em 2013.

O americano apresenta um som bem variado durante sua carreira. Muitas vezes, influenciado pela nossa Bossa Nova, muitas coisas voz e violão. Alguns traços de Zappa e soft rock também podem ser vistos em suas músicas, como na ótima Baby e em Foolin’.

Conhecido com um dos maiores nomes do indie americano e muitas vezes rotulado com freak-rock, Devendra também é conhecido por ter namorado a atriz Natalie Portman (é sério).

Como sempre falo, nada melhor do que ouvir uma banda para conhece-la. Então ouça Brindo, de Devendra Banhart abaixo, em um dos clipes mais lindos já feitos na história.

  

@JuliaoPacheco

20 de março de 2013

Crítica: Comedown Machine, o novo álbum dos Strokes

*Matéria originalmente publicada no Anaunplugged.com no dia 20 de março de 2013


Parece que foi ontem que escrevi no meu blog sobre o lançamento do Angles, álbum da banda americana The Strokes, lançado em 2011. Algum tempo se passa, a banda faz uma turnê mundial com passagem pelo Brasil e... TEMOS UM NOVO DISCO!

Comedown Machine, lançado essa semana para audição online, é um dos trabalhos mais aguardados dos Strokes. Isso porque no álbum passado o quinteto mostrou uma sonoridade completamente diferente do que os fãs estavam acostumados, com sons e batidas eletrônicas, fugindo um pouco do rock cru de guitarras marcantes dos primeiros anos de carreira.

As primeiras amostras do material que os Strokes apresentaram nessa semana surgiram no ultimo mês com o lançamento de dois singles, intitulados One Way Trigger e All the time. Para mim, um começo animador (entendam que gostei bastante da sonoridade do Angles), já que One Way Trigger é bem legal, com batidas rápidas, lembrando muito algumas bandas dos anos 80. O single foi muito criticado aqui no país, fizeram mil piadas sobre Strokes fazendo parceria com o Calypso etc.

O segundo single, All the time, acalmou bastante os fãs do conjunto, remetendo ao início da banda, com Julian Casablancas, vocalista, em uma bela apresentação, numa musica com boa pegada. Esta será, provavelmente, a primeira música de trabalho nessa nova fase.

Pois bem, liberaram o álbum para audição e logo dei o play. Os primeiros 20 segundos de Tap Out me deixaram eufórico, até que... a voz de Julian entrou, completamente apagada. Simplesmente não empolgou, parece faltar tesão. O instrumental está bem bacana mas a linha melódica da voz não impressiona.

Depois dos dois singles que já haviam sido lançados, vem Welcome to Japan, novamente com um bom instrumental e linhas vocais apagadas. A seguir, 80’s Comedown Machine, novamente com fortes influencias de músicas consagradas nos anos 80, com um ritmo dançante e vocais um pouco mais ousados, sempre acompanhados de distorção.

Em 50/50, uma música mais calma, com camadas instrumentais muito bem desenvolvidas e uma sonoridade que chega a lembrar o Radiohead em alguns trechos - um momento de respiro do álbum.

Julian se esconde atrás dos microfones novamente em Slow Animals, em uma música sem sal. A seguir, mais uma balada influenciada pelos 80, com camadas de sintetizadores muito bem construídas em uma canção gostosa de se ouvir, chamada Partners in crime.

Chances é outra música comum, onde os Strokes não ousam e mostram mais do mesmo apresentado nesse ano.

O fim do álbum se aproxima com a chegada de Happy Ending, penúltima canção de Comedown Machine. Ufa, podemos respirar aliviados com uma boa música! Riffs que lembram o Angles, Julian Casablancas um pouco mais saidinho e uma batida bem dançante.

A última música do álbum é uma agradável surpresa e na minha opinião, o ponto alto do lançamento. Call it fate, call it karma nem parece Strokes, de verdade. Uma balada lenta, guiada por uma guitarra com um belo timbre e um lindo refrão. Uma canção bem calma, que chega a lembrar Devendra Banhart e Little Joy (esta última, formada por Fab Moretti, baterista do quinteto nova-iorquino, com o brasileiro Rodrigo Amarante e Binki Shapiro).

Os Strokes não acertaram e nem erraram com Comedown Machine. É um disco com altos e baixos. Durante os anos de estrada a banda foi criando composições mais complexas e isso fica claro após a audição de todas as músicas lançadas. O que fica abaixo do esperado é a atuação do vocalista Julian Casablancas, que parece ter ousado pouco com os timbres apresentados neste trabalho.

Definitivamente não é a obra prima dos Strokes, mas também não será uma mancha na carreira. O que nos resta é esperar para ver como vai ser a execução de músicas tão complexas em shows.



18 de março de 2013

Você conhece o The XX?

*Matéria originalmente publicada no anaunplugged.com

Venho lhes apresentar mais uma banda fantástica que conheci nos últimos tempos. É o The XX, formada por Romy Madley Croft (guitarra e voz), Oliver Sim (vocais e baixo) e Jamie Smith (DJ e produção).

Naturais da Inglaterra, cresceram na cena indie depois do lançamento do primeiro CD, com o mesmo nome da banda. Em 2012, o lançamento do segundo álbum, intitulado Coexist.

O The XX é uma banda que pode soar um pouco estranha na primeira audição, mas você se acostuma e não consegue parar de ouvir. Batidas eletrônicas em um ritmo um pouco mais calmo, baixos e guitarras simples e vozes arrastas se alternam com bons refrãos.

Mas na internet a banda ficou conhecida mesmo depois que comentaram que era musica para fazer
sexoamor.

Vê lá onde você vai ouvir XX, hein?

Ouça abaixo o primeiro CD do XX


Me segue no twitter aí! @JuliaoPacheco (clica)

15 de março de 2013

Paul Banks em São Paulo | Crítica



*Texto originalmente publicado no Omelete.com.br no dia 15 de março de 2013

Dois tipos de público estiveram no Cine  Joia (SP) para assistir ao show de Paul Banks, vocalista do Interpol: as os fãs da banda norte americana; e os que queriam ver o cantor por causa da carreira solo, que experimenta sonoridades diferentes das mostradas no conjunto.

A verdade é que a plateia toda foi para casa com sorrisos no rostos, assim como o músico, encantado com a receptividade brasileira e com o ambiente aconchegante da casa de shows quase lotada. O inglês subiu ao palco próximo das 23 horas, após o show de abertura da banda paulistana Hatchets, que fez uma boa apresentação, mostrando músicas com batidas eletrônicas e um som alegre.

Começando o show com “Unwind”, música do álbum Julian Plenti Is... Skyscraper, Paul pareceu um pouco surpreso com a reação do público, muito animado desde os primeiros acordes tocados pela ótima banda que o acompanha. O show seguiu com canções da carreira solo do cantor, com algumas palavras em português entre as músicas e um agradecimento pelo esforço para viabilizar o show no país - pois sua vinda só se tornou realidade por meio de um crowdfunding, promovido pela Playbook e pela plataforma de shows do Club NME. Essa “vaquinha” liderada pelos apoiadores e fãs está se tornando frequente no Brasil. Howler, Andrew Bird, Soulfly e o DJ Tiesto já participaram de iniciativas parecidas.

Com um pouco mais de uma hora de show, Paul Banks saiu do palco depois da animada "Summertime is coming", ovacionado pelos espectadores, que pediram bis, e foram atendidos com três músicas – que foram o ponto alto do show: "Skyscraper", "On the Esplanade" e "Games for Days". Banks foi democrático, esperto, deixou todos satisfeitos com uma boa apresentação e ainda provocou os fãs de Interpol, que agora, imploram por mais um show da banda no país.

13 de março de 2013

Festivais: sim ou com certeza?


Para quem me conhece é fácil perceber que adoro shows. Não só adoro, como gasto todo meu dinheiro suado com isso. Gosto porque é no palco que você vê se a banda que você ouve o CD todos os dias é boa mesmo. É lá que você percebe que umas 30 mil pessoas compartilham o mesmo gosto que você e que pode até acabar fazendo amizades interessantes (incrível!). 

Mas tudo muda quando falamos de festivais, especialmente quando nos referimos aos grandes. O meu primeiro dos grandes foi o Live n’ Louder 2005 (no auge dos meus 16 anos de idade), quando decidi assistir os Scorpions.
Graças a Deus meu gosto musical mudou (perdão aos fãs de Scorpions) e passei a me interessar por outras coisas. Segui indo aos shows e fests até que pude ir para um desses gigantescos fora do país – o Hard Rock Calling, em Londres. Mais de 60 mil pessoas em três dias de show, com Jamiroquai, Ben Harper, The Hives, Elvis Costello, Stevie Wonder, Pearl Jam e Paul McCartney. Aí me apaixonei, gente.

Voltei pro Brasil seco por festivais e logo me deparei com o Planeta Terra, que mistura novidades com artistas consagrados (como um bom festival deve ser, na minha opinião). Depois veio o SWU (R.I.P) e o Lollapalooza, que chegou com tudo. Não posso esquecer do Rock in Rio, onde tudo começou, nem de festivais “menores”, como o Sonar.

O bom do festival é que todo mundo está lá pelo mesmo motivo – a diversão. Não importa se está chovendo, a cerveja está quente ou se umas 30 mil pessoas estão entre você ou o palco, tudo o que você precisa é de um grupo de amigos e força (se show já te deixa cansado, imagina um festival).

Se você é um daqueles que fica de lero-lero porque é muita gente, confusão, difícil de chegar, bandas chatas e tudo mais, tente uma vez (só uma), ir a um grande festival sem pensar nisso. Ir pra festival é passar perrengue e é isso que o torna mais divertido.

Essa sexta vou postar uma playlist de aquecimento pro Lolla!

Também vale lembrar que vou pro Coachella, na California, e vou fazer uma cobertura linda e maravilhosa pra cá.

11 de março de 2013

Playlist de aquecimento pro Lollapalooza!

Praticamente duas semanas para o Lollapalooza Brasil, que acontece nos dias 29, 30 e 31 de março no Jockey Club de São Paulo. 

Não sabe o que assistir? Não conhece muita coisa? Conhece tudo e quer entrar no clima do festival? Então ouve a playlist que fiz aí, com um pouco do que vai rolar no festival! Tem Black Keys, Alabama Shakes, Pearl Jam, Killers, Of Monsters and Men, CAKE, Planet Hemp, Two Door Cinema Club, Queens of the Stone Age, Franz Ferdinand e muitas outras bandas. 

É só dar play aí embaixo e ouvir (deixa a janela aberta e vai fazer outras coisas enquanto você ouve). 


Vale lembrar que a ideia foi da Julia Bergamo e que essa playlist também vai estar disponível no Ana Unplugged a partir de sexta. 

Alias, esqueci de falar que estou escrevendo lá também. É um blog de música, com muita gente que entende do assunto, idealizado pela Ana Soares (@anacheiadegraca). 


Clique aqui para mais informações sobre o Lollapalooza

Vale lembrar que essa é uma listinha com as coisas que eu mais gosto de ouvir. O bom de festival é que cada um tem uma experiência diferente. 


8 de março de 2013

Paul McCartney e eu

*Matéria originalmente publicada no anaunplugged.com
 
Aproveitando que Sir Paul McCartney anunciou mais shows no Brasil em 2013 (temos BH e Fortaleza que já estão confirmados), decidi fazer esse texto.

Como a maioria dos amantes da música, sou um grande fã de Paul McCartney. Acho que o fato do cara ser o único Beatle em atividade e em alto nível (não fiquem bravos, fãs do Ringo), influencia muito nessa admiração. Então decidi contar um pouco sobre como Paul tem me acompanhado nesses anos.

Conheci bem os Beatles na minha adolescência e sempre curti o som dos caras. Quando fiquei um pouco mais velho, decidi fazer meu primeiro mochilão pra Europa, passando por alguns países, dentre eles, a Inglaterra. Fechei tudo – comprei passagem, hotel, etc. E aí anunciaram um festival de três dias, quase uma semana antes da minha chegada ao país. Um dos headliners era o Paul e decidi mudar tudo para ir ao show. Consegui amigos que animaram e também mudaram os planos e fomos todos. Vale dizer que o festival também teve Pearl Jam, Bem Harper, Stevie Wonder, Jamiroquai, The Hives e Elvis Costelo, o que ajudou na decisão de mudar os planos.

No dia 27 de junho de 2010 entrei no Hyde Park lotado, após uma derrota da Inglaterra com gol “roubado” na Copa do Mundo. Todos com clima patriota, sol se pondo atrás do palco e um Beatle na minha frente. Poucas vezes me emocionei tanto com algo. O show foi perfeito, com uma qualidade de som que ainda não tinha visto em nenhum show no Brasil. Como estava tocando no quintal de casa, Paul estava soltinho, interagindo muito com a plateia. Fiquei louco, porque nunca tinha visto nada parecido e ele ainda não tinha se apaixonado pelo Brasil, como aconteceria alguns meses depois.

Não demorou muito e o meu Beatle preferido anunciou que viria ao Brasil. Moro em São Paulo então logo providenciei ingressos para o show marcado para o Morumbi. Mais uma apresentação magnífica, especial tanto quanto a de Londres, mas diferente. Dava pra ver que o Paul se apaixonou pelo povo brasileiro.

E agora o melhor Beatle de todos (polêmica) anuncia que virá novamente ao Brasil, provavelmente para três shows: Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília. Quando saírem informações sobre ingressos e datas, avisamos!

Ouça abaixo um combo de Paul McCartney: "A Day In A Life/Give Peace A Chance/Let It Be/Live And Let Die", ao vivo em NY:
*Julião Pacheco é jornalista e rockstar frustrado, bonito, engraçado, inteligente, tem bom gosto musical e sabe tocar guitarra. E é solteiro - @JuliaoPacheco

6 de março de 2013

Você conhece o Phoenix?

*Matéria originalmente publicado no AnaUnplugged.com

Algumas pessoas devem conhecer o Phoenix como aquela banda moderninha que toca Lisztomania. Outros, podem conhecer mais, e já até ouviram o CD recém vazado na internet, o Bankrupt!. Mas também conheço muita gente que não faz ideia do que eu estou falando, e por isso, apresento-lhes essa banda fantástica.

Lisztomania, a música mais conhecida do Phoenix

O Phoenix é uma banda francesa, criada em 1999 que acabou bombando lá por 2005. O som deles é uma mistura de rock, pop e muitos elementos eletrônicos, tipo sintetizadores e batidas gostosas.

Poucos sabem disso, mas a origem da mistura da música eletrônica do Phoenix veio do Daft Punk. O guitarrista Laurent Brancowitz participou da banda Darlin' no início de 1992. A parceria acabou durando apenas um ano e com o fim do conjunto, dois dos integrantes, Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo formaram o consagrado Daft Punk.

Em 2006 eles lançaram o CD It's Never Been Like That (que é muito bom, recomendo). Em 2009 veio o Wolfgang Amadeus Phoenix, o meu favorito e o mais conhecido. Em 2010 uma passagem pelo Brasil para tocar no Planeta Terra, no Playcenter, em São Paulo.

Depois de um hiato, a banda volta a lançar um CD, o Bankrupt!, que está mais eletrônico do que nunca. Oficialmente, a banda só lançou um single, a música Entertainment, mas extra oficialmente, o CD vazou na internet e pode ser facilmente encontrado para download (não estamos incentivando a pirataria, hein! Só estou contando que é fácil de encontrar e se quiser eu tenho o link, me acha no twitter  @JuliaoPacheco).

Nesse novo álbum eles apostaram mais do que nunca nos sintetizadores, se aproximando ainda mais do Daft Punk (fantástico). Vão voltar para turnê e vão ser headliners do Coachella Festival (eu vou no festival, então preparem-se para ouvir muito do Phoenix mais pra frente).

Ouça Entertainment, o primeiro single do Bankrupt!, novo disco do Phoenix.

Mais uma curiosidade sobre o Phoenix: o vocalista Thomas Mars é casado com a diretora Sofia Coppola, que acaba usando as músicas da banda na trilha de seus filmes. Em Somewhere (2010), a ótima canção Love like a sunset dá o ar da graça algumas vezes. O conjunto também apareceu fazendo figuração em Marie Antoinette (2006).

Acho que a melhor forma de conhecer uma banda é ouvindo. Joga o nome da banda no youtube e seja feliz! Se quiser mais dicas, me acha no twitter.
___
*Julião Pacheco é jornalista, bonito, engraçado, inteligente, tem bom gosto e sabe tocar guitarra. Ele também é solteiro. (@JuliaoPacheco).

25 de fevereiro de 2013

Andrew Bird faz show "unânime" no Cine Jóia


Andrew Bird (centro) e banda no Cine Joia - Crédito: Julio Pacheco

Depois desse sábado (23 de fevereiro) posso afirmar: Nelson Rodrigues não escreveria que “toda unanimidade é burra” se tivesse ido ao show do Andrew Bird no Cine Joia, em São Paulo.

Não fiz uma pesquisa para saber o nível de satisfação depois do show e o Datafolha também não se interessou na pauta, mas tenho certeza que todos que acompanharam Bird nas duas horas de espetáculo voltaram pra casa extasiados.

Para contar como fui parar no show do americano nascido em Chicago, preciso voltar um pouco no tempo. A vinda de Andrew Bird para o Brasil só foi concretizada por causa de um novo projeto de Crowdfunding (a famosa vaquinha) do site Songkick (aquele que mostra os artistas que vão tocar em cada cidade).

O negócio funciona assim: os fãs de uma banda ou artista que moram numa cidade qualquer se juntam e fazem uma vaquinha muito bem organizada. No caso do Andrew Bird isso aconteceu em várias cidades da América Latina, facilitando a logística e permitindo uma mini-turnê. 

Um desses fãs de uma cidade qualquer é um amigo, que me chamou pro show. Aliás, o Cine Joia estava abarrotado de fãs do cara, que sabiam exatamente onde ele faria cada assovio e gravaria cada loop com sua guitarra ou violino, acompanhado de sua banda perfeitamente ensaiada.

Andrew subiu ao palco e não falou muito. Logo deu para perceber uma certa timidez. Apenas agradeceu o público presente e comentou que não esperava uma plateia tão animada. A verdade é que os espectadores estavam todos hipnotizados pela música de Bird, que mistura indie com um pouco de folk, rock e até jazz.

De verdade, poucas vezes vi um público tão entregue a um espetáculo. enquanto eu fotografava, pensava que isso deveria estar acontecendo por causa da tal vaquinha feita para trazê-lo ao país. Todo mundo que estava ali tinha feito um esforço (mesmo que mínimo) para que ele viesse.

Algumas músicas depois, parei de fotografar para assistir o show com calma. Não demorou muito para que eu me tornasse um dos que olhava para Andrew como um Santo, fazendo milagres com seus instrumentos.

Depois de uma hora e meia ele saiu do palco sendo ovacionado. Retornou em poucos minutos para o bis, como nas outras cidades que ele tocou nessa turnê. Fez com que o transe retornasse ao Cine Joia e saiu novamente. Se seguisse o protocolo de todas as outras atuações da turnê, esse seria o fim do concerto. Mas depois de muitos pedidos, o cantor voltou ao palco para mais uma música, encerrando a noite de todos em grande estilo.

Parece que essa mudança de protocolo foi o que faltava para a unanimidade que falei no início do texto. Se alguém estava ponderando se o show tinha sido bom ou não,  a duvida acabaria ali.


Sempre falo isso: a melhor forma de entender o que eu falo é ouvindo as músicas. Então ouça abaixo Andrew Bird - "Fake Palindromes" - Live at Bonnaroo



Depois posto o álbum de fotos do show, certo?

21 de fevereiro de 2013

Entertainment, a nova musica da banda francesa Phoenix

UPDATE: O disco vazou, minha gente! Já ouvi inteiro e digo que é muito bom, diferente de tudo feito pelo Phoenix. Depois escrevo sobre ele. Se quiser baixar, clique aqui e acesse ótimo o You!Me!Dancing!

----------


A banda francesa Phoenix divulgou nesta semana o primeiro single do álbum Bankrupt!, com previsão de lançamento para a última semana de abril, logo após suas apresentações no Coachella Valley Music and Arts Festival, onde serão headliners. 

A faixa, intitulada Entertainment, mostra que o Phoenix continua apostando na mistura de rock com música eletrônica, que rendeu grandes frutos ao quarteto natural de Versailles. Os sintetizadores dão o tom da música em toda sua duração, com riff que gruda na cabeça. A letra é gostosa e fácil de decorar, outra característica do grupo formada por Thomas Mars, Deck d'Arcy e os irmãos Laurent Brancowitz e Christian Mazzalai. 

Poucos sabem disso, mas a origem da mistura da música eletrônica do Phoenix veio do Daft Punk. O guitarrista Laurent Brancowitz participou da banda Darlin' no início de 1992. A parceria acabou durando apenas um ano e com o fim do conjunto, dois dos integrantes, Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo formaram o consagrado Daft Punk. 

Ouça a faixa Entertainment, primeiro single do quinto álbum do Phoenix, Bankrupt!


Mais uma curiosidade sobre o Phoenix: o vocalista Thomas Mars é casado com a diretora Sofia Coppola, que acaba usando as músicas da banda na trilha de seus filmes. Em Somewhere (2010), a ótima canção Love like a sunset dá o ar da graça algumas vezes. O conjunto também apareceu fazendo figuração em Marie Antoinette (2006), como você pode conferir abaixo: